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Opinião
16/06/2021

Jornal de Barcelos - "Autárquicas (V)- coligação porquê?"

A Coligação “Barcelos mais futuro” parece estar felizmente a causar algum desconforto a alguns e muita esperança a tantos que ainda acreditam que nem tudo é fatalismo, que o futuro somos nós que o fazemos! Para quem, como o Partido Socialista, tem tido imensas dificuldades em juntar os seus, perspectivando-se de momento duas candidaturas nessa área, ver a oposição unir-se é bastante desconfortável e difícil de digerir como se pode ler no discurso de más gerigonças negativas (boas e positivas só feitas pelo Partido Socialista!). Só que aqui tudo é feito antes das eleições e não depois. Quem vota sabe qual a consequência do seu voto. Mas uma coligação PSD, CDS e BTF porquê? A resposta é muito simples para quem esteja atento ao evoluir da situação política em Barcelos e à estratégia e ritmo de desenvolvimento implementados pelo PS em comparação com os concelhos vizinhos, para não irmos mais longe, embora Barcelos tenha potencialidades e gente para competir em igualdade de circunstâncias com quem quer que seja. Mas falta, infelizmente, mais que um poucochinho, mesmo que seja um poucochinho socialista. Os concelhos, cidades e freguesias têm vindo a transformar-se com novos e sérios desafios, entre os quais virão em 2022 a transferência de imensas competências do Governo para as comunidades intermunicipais, concelhos e freguesias. Mudam-se os tempos e urge mudar de gestão. É evidente para a maioria dos barcelenses que é urgente mudar a governação do concelho. O atraso sucessivo vê-se a olho nu: na desqualificação socialista do concelho, na ausência ou desvalorização do debate público, no cerco às instituições, na prática de impunidade fazendo com que as oportunidades não sejam iguais, compensando mais a militância partidária que o trabalho. Barcelos e os barcelenses merecem melhor porque são muito melhores que o que o PS lhes oferece como imagem! O comportamento do executivo socialista não pode merecer a confiança dos barcelenses. Sem estratégia de desenvolvimento, procura, em todas as situações, conseguir passar entre os pingos da chuva. Ideias, nem vê-las. Princípios, há muito que foram afastados. A coragem desapareceu e ouvir os barcelenses é coisa que só se faz por obrigação e em ambiente controlado para depois ignorar, como se tem visto. Assim se cria uma “opinião política pública” menos informada que se alheia das verdadeiras questões políticas beneficiando quem está no poder.

Notas ainda que estamos nas últimas reuniões de Câmara, como estaremos nas próximas, num festim de transferência de verbas, subsídios e lançamento de empreitadas. Depois de três anos e meio de ritmo lento, tudo agora é urgente. Há quem diga que isso é sinal de trabalho. Não é: os problemas das famílias e empresas são diários, não aparecem de quatro em quatro anos. Por isso, a pensar em executivos como o socialista que governa Barcelos, as pessoas costumam dizer que deveria haver eleições todos os anos. A situação a que chegamos, com sérios riscos de ainda vir a piorar, deveria unir-nos todos na procura de soluções. Mas é preocupante a indiferença, o encolher de ombros em que já pouca coisa nos escandaliza! E aconteceram coisas este mandato que nos deveriam escandalizar seriamente! Porque não é este concelho que muitos querem deixar para os seus filhos ou os seus netos, se uniram em coligação diferentes sensibilidades, corporizadas no PSD, CDS e BTF, diariamente apoiada por mais e mais independentes e militantes e simpatizantes de todos os partidos. E tudo acontece porque a nossa coligação é Barcelos e foi por ela que nos juntámos em equipa. Esta solução enriquece a democracia local, respeita as especificidades de cada força que a integra e vai ao encontro daquilo que os barcelenses pedem com insistência. Esta solução só é possível porque os superiores interesses e necessidades de Barcelos congregaram a diversidade, o respeito e o entendimento de diferentes perspectivas unidas em nome dos barcelenses para mudar e melhorar o desenvolvimento do concelho com um projecto de futuro. Reunidos porque estamos preparados para governar a Câmara e implementar em Barcelos uma nova mentalidade estratégica e uma atitude pró-activa. O sucesso de Barcelos e dos barcelenses obriga-nos a unir esforços e a trabalhar com empenho para ganhar as próximas eleições autárquicas porque o preço que os barcelenses pagam por uma gestão socialista tão retrógrada é demasiado alto. Os barcelenses sabem que está dado o passo decisivo e todos são convidados a juntar-se a esta onda de esperança e entusiasmo para criar mais e melhor futuro para Barcelos.

 Por António Ribeiro