A Carregar...
noticia
14/05/2021

Jornal de Barcelos- “Não há ninguém em Barcelos que não diga que isto tem de mudar”

Por Zita Fonseca 

PSD, BTF e CDS apresentam coligação

O candidato do PSD à Câmara de Barcelos e os líderes do BTF e do CDS assumiram formalmente, sexta-feira, a coligação “Barcelos Mais Futuro”. Um projeto político que, acreditam, vai ao encontro da vontade de mudança sentida pela população. Enunciando os princípios basilares da candidatura e sem avançar outros nomes, a apresentação à imprensa decorreu sem a presença de qualquer elemento da Comissão Política Concelhia do PSD. Foram informados, mas não foram convidados. Mário Constantino assumiu que depois da Concelhia ter “repudiado” a sua candidatura não fazia sentido convidá-la a fazer-se representar. De qualquer modo, assegura que estão a ser construídas “pontes” entre ambos os lados.

As linhas programáticas desta conjugação de forças para derrotar o PS assintam na necessidade de dar “estabilidade e credibilidade” à gestão municipal. A partir daí, há que construir uma alternativa que se materialize no progresso e no desenvolvimento do concelho. Do lado do PS, deixam claro que nada de melhor há a esperar. “A insustentável situação a que se chegou- e que certos comportamentos e reações dos últimos dias confirmam- mostram que a crise e a instabilidade se revelam mais fortes que o executivo e o próprio Partido Socialista, que são incapazes de as conter e inverter”. Mário Constantino sublinhou a “sucessão de trapalhadas que abalou a credibilidade do executivo”, que criou instabilidade e minou “a relação de confiança entre a autarquia e a sociedade”. A junção das três forças políticas é um “exercício conjunto de humildade, determinação e sentido de responsabilidade para afirmar uma alternativa séria e vencedora”. É, também, um acto de “pragmatismo que as circunstâncias exigem”, porque juntos estão “mais próximos da vitória”, disse.

Para Domingos Pereira o projeto do BTF para assegurar a governabilidade do concelho já estava definido e agora encontrou “dois parceiros que compreenderam a dimensão dos graves problemas que Barcelos vive”. Comungado dos “mesmo princípios e orientações”, querem “servir Barcelos, começando pela ética política e, até, pela moral política”. Afirma que esta não é uma coligação ideológica, mas uma conjugação de esforços para operar a mudança que estas três forças políticas consideram inadiável. A mensagem que quer fazer passar para o eleitorado é a de que é preciso “ter a audácia, pôr de parte o vínculo ideológico que sempre permanece em cada acto eleitoral para unir esforços. Só com este dinâmica, vontade e querer podemos dar um novo rumo a Barcelos”.

“Não há ninguém em Barcelos que não diga que isto tem de mudar”, disse Filipe Pinheiro, presidente da Concelhia do CDS. O dirigente centrista atacou fortemente a governação socialista, afirmando que “a onda de progresso parou há 12 anos” quando o PS chegou à Câmara e que “muitas oportunidades foram perdidas. Esta coligação de pessoas conhecedoras da governação municipal e com capacidade é a última oportunidade para alterar o estado a que chegou este concelho”, enfatizou.

O facto de Domingos Pereira ter desempenhado durante seis anos um papel central na gestão socialista na Câmara não inibiu Filipe Pinheiro de dizer o que disse, mesmo que isso pudesse causar algum constrangimento ao parceiro de coligação. Questionado, Domingos Pereira não se deu por achado e respondeu aos jornalistas que “esta coligação nasce para resolver os problemas de Barcelos”.

Para não “desperdiçar um momento importante da campanha que é a apresentação dos candidatos”, Mário Constantino não quis adiantar nomes nem qual o peso de cada uma das três forças políticas nos seis lugares que asseguram maioria absoluta na Câmara. No entanto, não é segredo que desde o início ficou estabelecido que o segundo nome da lista será Domingos Pereira. No terceiro lugar é dada com certa a actual vereadora Mariana Carvalho. Sabendo-se que o quinto lugar é para o CDS, que mantém António Ribeiro, e o sexto para o BTF, que deverá apresentar Elisa Braga, resta saber que será o nome que o PSD vai indicar para o quarto lugar da lista.

O cabeça de lista à Assembleia Municipal será “muito provavelmente” uma figura do PSD que “sinta Barcelos, com um percurso político, profissional e social reconhecido por todos os barcelenses” e que exerça o cargo com “elevação”, disse Mário Constantino.

Nas freguesias geridas pelo PSD e pelo BTF não haverá alterações na força que lidera. Nas restantes, há “um trabalho de equipa que está a correr francamente bem”.