Jornal de Barcelos- “Não há ninguém em Barcelos que não diga que isto tem de mudar”
Por Zita Fonseca
PSD, BTF e CDS apresentam coligação
O candidato do PSD à Câmara de Barcelos e os líderes do BTF e
do CDS assumiram formalmente, sexta-feira, a coligação “Barcelos Mais Futuro”.
Um projeto político que, acreditam, vai ao encontro da vontade de mudança
sentida pela população. Enunciando os princípios basilares da candidatura e sem
avançar outros nomes, a apresentação à imprensa decorreu sem a presença de
qualquer elemento da Comissão Política Concelhia do PSD. Foram informados, mas
não foram convidados. Mário Constantino assumiu que depois da Concelhia ter
“repudiado” a sua candidatura não fazia sentido convidá-la a fazer-se
representar. De qualquer modo, assegura que estão a ser construídas “pontes”
entre ambos os lados.
As linhas programáticas desta conjugação de forças para
derrotar o PS assintam na necessidade de dar “estabilidade e credibilidade” à
gestão municipal. A partir daí, há que construir uma alternativa que se
materialize no progresso e no desenvolvimento do concelho. Do lado do PS,
deixam claro que nada de melhor há a esperar. “A insustentável situação a que
se chegou- e que certos comportamentos e reações dos últimos dias confirmam-
mostram que a crise e a instabilidade se revelam mais fortes que o executivo e
o próprio Partido Socialista, que são incapazes de as conter e inverter”. Mário
Constantino sublinhou a “sucessão de trapalhadas que abalou a credibilidade do
executivo”, que criou instabilidade e minou “a relação de confiança entre a
autarquia e a sociedade”. A junção das três forças políticas é um “exercício
conjunto de humildade, determinação e sentido de responsabilidade para afirmar
uma alternativa séria e vencedora”. É, também, um acto de “pragmatismo que as
circunstâncias exigem”, porque juntos estão “mais próximos da vitória”, disse.
Para Domingos Pereira o projeto do BTF para assegurar a
governabilidade do concelho já estava definido e agora encontrou “dois
parceiros que compreenderam a dimensão dos graves problemas que Barcelos vive”.
Comungado dos “mesmo princípios e orientações”, querem “servir Barcelos,
começando pela ética política e, até, pela moral política”. Afirma que esta não
é uma coligação ideológica, mas uma conjugação de esforços para operar a
mudança que estas três forças políticas consideram inadiável. A mensagem que
quer fazer passar para o eleitorado é a de que é preciso “ter a audácia, pôr de
parte o vínculo ideológico que sempre permanece em cada acto eleitoral para
unir esforços. Só com este dinâmica, vontade e querer podemos dar um novo rumo
a Barcelos”.
“Não há ninguém em Barcelos que não diga que isto tem de
mudar”, disse Filipe Pinheiro, presidente da Concelhia do CDS. O dirigente
centrista atacou fortemente a governação socialista, afirmando que “a onda de
progresso parou há 12 anos” quando o PS chegou à Câmara e que “muitas
oportunidades foram perdidas. Esta coligação de pessoas conhecedoras da
governação municipal e com capacidade é a última oportunidade para alterar o
estado a que chegou este concelho”, enfatizou.
O facto de Domingos Pereira ter desempenhado durante seis anos
um papel central na gestão socialista na Câmara não inibiu Filipe Pinheiro de
dizer o que disse, mesmo que isso pudesse causar algum constrangimento ao
parceiro de coligação. Questionado, Domingos Pereira não se deu por achado e
respondeu aos jornalistas que “esta coligação nasce para resolver os problemas
de Barcelos”.
Para não “desperdiçar um momento importante da campanha que é
a apresentação dos candidatos”, Mário Constantino não quis adiantar nomes nem
qual o peso de cada uma das três forças políticas nos seis lugares que
asseguram maioria absoluta na Câmara. No entanto, não é segredo que desde o
início ficou estabelecido que o segundo nome da lista será Domingos Pereira. No
terceiro lugar é dada com certa a actual vereadora Mariana Carvalho. Sabendo-se
que o quinto lugar é para o CDS, que mantém António Ribeiro, e o sexto para o
BTF, que deverá apresentar Elisa Braga, resta saber que será o nome que o PSD
vai indicar para o quarto lugar da lista.
O cabeça de lista à Assembleia Municipal será “muito
provavelmente” uma figura do PSD que “sinta Barcelos, com um percurso político,
profissional e social reconhecido por todos os barcelenses” e que exerça o
cargo com “elevação”, disse Mário Constantino.
Nas freguesias geridas pelo PSD e pelo BTF não haverá
alterações na força que lidera. Nas restantes, há “um trabalho de equipa que
está a correr francamente bem”.